Afinal, apenas futebol...
- Agência ZeroUm
- 9 de jul. de 2021
- 2 min de leitura
Atualizado: há 6 dias
A falta de identificação com os valores e o impacto da falta de apoio à Seleção Brasileira de Futebol. A pessoa do jogador no divã do país do futebol.

Pode ser paixão, pode ser que seja realmente um retrato de uma fração da nossa realidade, reflexo da sociedade, de nossos desejos, anseios e frustrações. E, talvez, seja esta a explicação pela falta de empatia para com o selecionado brasileiro nos últimos anos.
Uma equipe que esteve a ponto de escrever um novo capítulo da história nesta edição de Copa América, mas optou pelo lugar comum. Seriam reféns de seus contratos todos aqueles que antes inflamados permitiram o entendimento ou não negaram o descontentamento com a realização da competição nas condições e circunstâncias que até aqui foi realizada?
Haveria espaço para nossos jogadores, assim como o utilizado pelo Luis Suárez - Uruguai e Marcelo Moreno - Bolívia, para criticar a realização da competição abertamente?
Quando foi que nossos jogadores passaram a se incomodar e criticar o patriotismo apenas daqueles que preferem a Argentina campeã? A escolha de muitos está pautada nos valores. Não que os argentinos tenham uma identificação com boa parte de nossos valores. Mas nosso selecionado deixou de ter ou demonstrar tal identificação à medida que se posiciona pouco em questões importantes, estando acima do tom para questões que antes eram tratadas como 'apenas futebol'.
Futebol e sociedade caminham juntos, frutos um do outro. Projetos de si mesmos, pensados e orientados para comunicarem as mensagens que desejam aos seus interlocutores. Tal importância é ressaltada pelos anunciantes, pelos patrocínios, pela exposição. E neste mesmo sentido e recorte, silêncio é posicionamento. Na contrapartida, a falta de empatia do público é a resposta à Seleção, à CBF, e aos jogadores que representam este time.
A falta de liderança, ou uma liderança que não representa a maioria dos desejos da população do país é notável. O Brasil precisa entrar definitivamente no século XXI sem se deixar alienar. Viver é um ato de resistência, o ser humano por natureza é um ser político. Que possamos recuperar o elo com os valores que nos movem, ou que saibamos lidar com as críticas a respeito dos valores que promovemos.
Bruno Velasco
Agência ZeroUm
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