A falta de autoridade na tragédia anunciada
- Agência ZeroUm
- 29 de mar.
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Atualizado: há 5 dias
A queda de Dorival Júnior no comando da seleção brasileira de futebol.

Para muitos, uma demissão tardia. Para outros, um profissional aquém de muitas expectativas. Mas, afinal, quem era o Dorival Júnior que chegava à Seleção em substituição a Fernando Diniz?
Técnico com passagens vitoriosas em muitos clubes, com recentes conquistas, Dorival Júnior voltou a ganhar destaque ao conseguir o feito de fazer Gabigol e Pedro jogarem juntos, e com excelente desempenho no Flamengo. O resultado foram os títulos que o eleveram a um patamar ao qual não o cogitavam mais.
Com um diferencial importante frente a outros profissionais, Dorival surgia como um treinador capaz de agregar aos times o conjunto que por vezes faltava em outras tantas oportunidades. As disputas por posição que por muitas vezes são pontos de desequilíbrio no vestiário deram lugar a times versáteis, coletivos, eficazes.
A capacidade de agregar valor e encontrar soluções diferentes levou um Dorival Júnior, nesse momento, então, no São Paulo FC à Seleção Brasileira. Vinha, o treinador, de mais uma conquista inédita e fazendo o time jogar um futebol que antes não se mostrava possível.
Mas esse treinador mudou ao chegar à Seleção. Talvez, as 3 primeiras partidas foram dentro do modelo que se esperava dele, das leituras que os críticos e amantes do futebol enxergavam que ele seria capaz de entregar. Os 2 primeiros resultados foram positivos, mas a sequência trouxe uma série de incertezas que só a Era Tite Pré-Copa não teve.
Ao não criar coerência nas convocações, escalações e manutenções de elenco, pereceu. Luiz Henrique, Igor Jesus são exemplos que deram certo e não retornaram. Alisson tem sido há bastante tempo questionado e seu último jogo foi quase que um desastre completo. Só não foi pior pois Bento, vindo de uma liga extremamente fraca, o substituiu e mostrou que faltava tempo de reação.
A manutenção de Vinícius Jr na ponta mostrou a falta de leitura. Talvez, a convocação de Savinho e Estêvão sempre no banco também. Os últimos dois jogos mostraram mais incoerências nas escalações. Novidades em uma equipe perdida em campo, incapacidade ou falta de autoridade para mudar aquilo que se via.
O Brasil perdeu, aliás, a Seleção Brasileira perdeu. Perdeu da Argentina que jogou um futebol digno de nossa história. Por sinal, não cabe somente ao Dorival a crítica. Um time com renomados jogadores se mostra – ainda – incapaz de se reunir, de se reorganizar. Inertes dentro do movimento e das necessidades do jogo. Cumprem função, deixam de ousar. Assumimos o formato europeu, perdemos a essência do nosso futebol.
Bruno Velasco
Agência ZeroUm
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